Cuidar de si, cuidar dos outros e se deixar cuidar!

“Ajudem uns aos outros e assim vocês estarão obedecendo à lei de Cristo”, Gálatas 6.2.
A pandemia do novo vírus COVID-19, conhecido também como Coronavírus, está causando impactos na rotina de boa parte da população mundial e de instituições, além de testar a capacidade dos governos de gerenciar crises. A Chanceler Federal da Alemanha, Angela Merkel, manifestou-se em coletiva de imprensa, em Berlim, no dia 11/03: “Nossa solidariedade, nossa razão e nossa compaixão mútua estão sendo colocadas à prova”.
É, sem sombra de dúvida, um momento difícil, que devemos refletir. Já dizia Karin Wondracek e Carlos Hernández: “Crises são como tempestades que ameaçam o telhado protetor do nosso cotidiano, colocando em cheque certezas e planos”. Chegam inesperadamente e mostram que a vida não está em nossas mãos totalmente.
Por outro lado, oportunidades surgem em momentos de crises. Períodos como este não são novidade e despertam forças surpreendentes em nós. Se não fugirmos, surgirão horizontes antes não vistos, que nos desafiam a criar uma maneira nova de viver, buscando apenas o essencial e saindo do rotineiro “piloto automático”. No mundo todo observamos exemplos de como o ser humano pode adaptar-se e voltar-se, ainda que por um momento, ao que é essencial.
Diante do exposto acima, cremos que a fé cristã não nos distancia e muito menos nos deixa imunes em relação ao que acontece com o planeta e com as criaturas. No que se trata da realidade brasileira, temos sido desafiados constantemente, com epidemias como dengue, sarampo, febre amarela. Estas talvez não nos assustam tanto, em um primeiro momento, porque são figuras repetidas nos noticiários, porém os índices de mortalidade são altos.
Com a chegada do Coronavírus, o alerta foi dado. Devemos assumir a nossa responsabilidade cidadã. Cabe-nos não usurpar das competências científicas e negligenciar as recomendações dos especialistas e autoridades, que podem contribuir de modo decisivo nos processos que visam impedir o avanço rápido do vírus. Isto seria agir de má fé.
É momento de todos realizarem a sua parte e colocar em prática a ética do cuidado. Devemos cuidar de nós e seguir as recomendações, evitando saídas desnecessárias e aglomerações, que pode diminuir a transmissão descontrolada do vírus. Não esqueçamos ainda de, neste período de “isolamento” (não de “solidão”), nos conectarmos com as pessoas da nossa casa e aproveitarmos esta oportunidade para o perdão, o diálogo, a presença.
Termino lembrando de orarmos por todos aqueles e aquelas que sofrem, que perderam entes queridos e todos os profissionais, especialmente da saúde. Que não lhes falte as condições necessárias, nem as forças e a coragem, para atravessar esta crise. O amor de Deus nos move. Vamos refletir sobre o significado do amor e praticar a solidariedade.
Paz e Bem.
Sérgio Wruck Klippel
Pastoral Escolar e Universitária.
BOM JESUS IELUSC