Aluna Bonja é destaque no concurso de Redação da Rede Sinodal

A aluna do Terceirão Bonja, Edna Thayna Passos Peirão, conquistou o terceiro lugar no Concurso de Redação da Rede Sinodal de Educação. A entrega da premiação foi realizada pelo Diretor Geral do Bom Jesus Ielusc, Silvio Iung e o Diretor do Ensino Médio do Bonja, Roberto Luiz Carneiro Junior.
Alunos do ensino médio e dos anos finais do ensino fundamental das escolas da Rede Sinodal participaram do concurso de redação que, neste ano, teve como tema “Polarização e discurso de ódio”. As três melhores redações foram premiadas.
Edna dissertou sobre a polarização da sociedade brasileira a partir das manifestações de junho de 2013. “Escrever essa redação foi um processo que demandou muita dedicação, passei aproximadamente um mês trabalhando nela diariamente”, revela a aluna que contou com a orientação da professora de Redação do Bonja, Josi Ellen Fleck.
Leia a redação na íntegra.
Junho de 2013 ainda é hoje
As manifestações dos Vinte Centavos, no Brasil, em 2013, iniciaram-se após o aumento no preço da passagem do transporte coletivo e, com isso, reuniram diversos grupos sociais nos protestos, lutando pela mesma causa. Entretanto, no ano seguinte, no contexto das Eleições Presidenciais, a polarização dividiu o povo que foi às ruas, desviando-os do motivo inicial para um movimento de luta contra o governo daquela época. De maneira análoga, no cenário contemporâneo brasileiro, devido à influência das Jornadas de junho, também houve uma divisão política com dois extremos ideológicos que, intensificada pela internet, fomentou o discurso de ódio entre a população. Assim, a radicalização do debate político suscita manifestações que incitam ódio, refletidos na sociedade civil, à medida que ocorre a disseminação de diferentes violências ameaçadoras aos direitos das minorias e, consequentemente, à democracia.
Sob esse contexto, a intransigência de indivíduos opostos ideologicamente quanto à discussão política propaga discursos e atos hostis, principalmente nas redes sociais, haja vista a explícita intolerância e preconceito de quem julga posicionamentos políticos, numa tentativa de banalizar os crimes contra as minorias, ameaçando os direitos sociais. Nesse sentido, segundo a filósofa Simone de Beauvoir, basta uma crise política, social ou econômica para que se questionem os direitos, promovendo reflexão acerca dos efeitos da radicalização do debate político nas garantias constitucionais dos grupos minoritários. Dessa forma, comprova-se que a polarização fomenta os ataques difamatórios contra oposições e aumenta a violência, fragilizando a democracia.
Outrossim, a radicalização e divisão do discurso político em dois opostos ideológicos ameaça democracia, haja vista a ocorrência de ataques direcionados a vertentes ou grupos sociais específicos, manipulando a opinião da população civil e corroborando a ascensão de governos autoritários. Sob esse viés, na Ditadura Militar, por exemplo, o Estado justificou as práticas antidemocráticas, como retaliações violentas a manifestantes e atos institucionais, proibindo a liberdade de expressão, sob a alegação de que se tratava da única forma de “salvar” o país de uma suposta ameaça às instituições tradicionais e, assim, manipulou o povo, intencionando garantir a instalação do autoritarismo. Logo, ameaça-se a democracia à medida que se legitima a violência.